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Qual a diferença entre imposto por dentro e imposto por fora?

25 de setembro de 2025
10 minutos de leitura
Saiba a diferença entre imposto por dentro e imposto por fora, como calcular cada modelo e o que muda com a reforma tributária (EC 132/2023) e os novos tributos CBS e IBS.
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Poucos países do mundo usam o modelo de imposto por dentro como o Brasil — enquanto a maioria se adaptou ao imposto por fora. Isso significa que, em muitos casos, o consumidor paga mais imposto do que imagina, já que o tributo está embutido na própria base de cálculo.

Segundo a Gazeta do Povo, esse modelo distorce a transparência e eleva a alíquota efetiva, o que gera debates intensos sobre justiça fiscal. No contexto da reforma tributária (EC 132/2023), o assunto voltou aos holofotes: será que os novos tributos (CBS e IBS) vão acabar com essa prática?

Se você atua na área fiscal, contábil ou financeira, entender a diferença entre imposto por dentro e imposto por fora é essencial para precificação, compliance e preparação para o novo sistema tributário.

Aproveite a leitura!

O que você vai aprender neste artigo?

  • Como funcionam os modelos de imposto por dentro e imposto por fora e por que isso impacta diretamente a precificação, a margem e a transparência fiscal;
  • O que muda com a reforma tributária (EC 132/2023), incluindo a criação da CBS e do IBS, e como isso afeta cálculos, sistemas e processos contábeis;
  • Quais os riscos e vantagens de cada modelo de tributação, com destaque para os erros mais comuns em compliance e os impactos na competitividade;
  • De que forma a tecnologia pode automatizar esses cálculos, reduzir inconsistências fiscais e tornar sua empresa mais segura e eficiente.

O que é imposto por dentro e imposto por fora?

Antes de entrar em fórmulas e cálculos, vamos contextualizar. Quando falamos em por dentro e imposto por fora, estamos tratando da forma como a base de cálculo é definida e como isso impacta o preço final.

Imposto por dentro

O imposto está incluso na própria base de cálculo.

  • Fórmula:
  • Exemplo: um produto de R$ 1.000, com ICMS de 18%, gera uma base de R$ 1.219,51. O imposto efetivo é R$ 219,51 — maior do que os R$ 180 que seriam calculados por fora;
  • Impacto: a alíquota real é sempre maior que a nominal, reduzindo a transparência para consumidor e empresas.

Imposto por fora

O imposto é calculado sobre o valor líquido da operação e adicionado depois.

  • Exemplo: produto de R$ 1.000 com IPI de 10% → imposto de R$ 100 → total de R$ 1.100;
  • Impacto: o cliente consegue visualizar o imposto destacado na nota fiscal, facilitando transparência e auditoria.
Tipo de cálculoProduto (R$)AlíquotaImposto (R$)Preço final (R$)
Por fora1.00018%1801.180
Por dentro1.00018%219,511.219,51

O que você precisa saber sobre imposto por dentro e por fora?

Antes de decidir qual modelo afeta mais sua operação, é importante entender as implicações práticas em quatro dimensões: transparência, margem de lucro, compliance e reforma tributária.

1. Como o imposto afeta a transparência fiscal?

O imposto por fora torna a carga tributária visível para todos os envolvidos: consumidor, empresa e auditor. Esse modelo facilita a comunicação em notas fiscais e melhora a relação com clientes que querem saber quanto de imposto estão pagando.

Já o modelo por dentro camufla o valor do tributo, criando uma percepção equivocada. Aliás, esse é um dos principais motivos de críticas e da busca por simplificação na reforma tributária.

2. Qual é o impacto na margem de lucro?

No imposto por dentro, a alíquota efetiva aumenta, e isso mexe diretamente nas margens da empresa. Muitos gestores precificam pensando apenas na alíquota nominal, mas esquecem que, na prática, o valor pago é maior.

Resultado: margens menores e precificação incorreta. Em mercados competitivos, esse detalhe pode determinar se a empresa ganha ou perde espaço.

3. Como o imposto influencia o compliance e a jurisprudência?

O STF já se posicionou contra bases infladas, como na decisão que excluiu o ICMS da base de cálculo do PIS/COFINS (2017). Esse tipo de jurisprudência reforça que empresas precisam revisar periodicamente seus modelos de cálculo para não correr risco de autuações fiscais ou inconsistências em auditorias.

4. O que muda com a reforma tributária?

Com a criação da CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços) e do IBS (Imposto sobre Bens e Serviços), o Brasil caminha para um modelo mais transparente. O objetivo é reduzir a complexidade e a prática de cálculo por dentro, tornando a tributação mais clara e linear.

Na prática, isso significa:

  • Revisar sistemas, ERPs e processos fiscais desde já;
  • Preparar a precificação para novas bases de cálculo;
  • Reduzir riscos de inconsistência na auditoria.

Então, qual é o impacto da reforma tributária para empresas?

A Emenda Constitucional 132/2023 é considerada a maior transformação no sistema tributário em décadas. Ela prevê substituir tributos como ICMS, IPI, PIS e Cofins pelo IBS e CBS.

As mudanças mais significativas incluem:

  • Menos cumulatividade: o novo modelo se aproxima do imposto por fora, com destaque claro em notas fiscais;
  • Unificação de regras: menos diferenças entre estados e setores;
  • Necessidade de adaptação: empresas precisarão ajustar ERPs, revisar precificação e reestruturar a forma de apurar créditos tributários.

Segundo o site do próprio Senado (2024), a reforma deve reduzir distorções causadas pelo cálculo por dentro e aumentar a competitividade do Brasil no cenário global.

Leia mais | Reforma tributária: o que mudou em 2025 e como se preparar?

Quais são os riscos e benefícios de cada modelo de imposto?

A escolha entre o modelo por dentro ou imposto por fora vai muito além da teoria. Ela afeta diretamente o dia a dia das empresas — desde a precificação de produtos até a transparência com o cliente e a exposição a riscos fiscais.

Cada modelo tem seus pontos fortes e fracos, e a melhor decisão depende do contexto: mercado, estrutura de custos, política comercial e maturidade dos sistemas fiscais da empresa.

A seguir, reunimos os principais riscos e benefícios para ajudar você a avaliar qual abordagem faz mais sentido para o seu negócio:

Benefícios do imposto por dentro

  • Facilita precificação quando o preço final precisa ser fixo;
  • Permite ao governo manter arrecadação sem aumentar a percepção do consumidor.

Riscos do imposto por dentro

  • Reduz transparência para empresas e consumidores;
  • Afeta diretamente a margem de lucro;
  • Aumenta risco de erros em compliance e auditoria.

Benefícios do imposto por fora

  • Mais transparente, com tributo destacado na nota;
  • Facilita auditoria e relatórios de gestão;
  • Reduz risco de autuações.

Riscos do imposto por fora

  • Pode gerar resistência do consumidor ao visualizar o imposto destacado;
  • Torna a percepção de preço mais sensível em mercados competitivos.

Quais são os riscos para empresas que não se adaptarem ao imposto por dentro e imposto por fora?

Ignorar essas mudanças é abrir espaço para prejuízos. Os principais riscos são:

  • Precificação incorreta: perda de competitividade frente a concorrentes mais ágeis;
  • Autuações fiscais: falhas em cálculos e declarações podem resultar em multas pesadas;
  • Falta de clareza em relatórios: dificuldade para avaliar impacto real dos tributos sobre a operação.

Empresas que não se atualizarem estarão em desvantagem estratégica e regulatória, comprometendo o futuro do negócio.

[FAQ] O que mais você precisa saber sobre  imposto por dentro e imposto por fora?

Mesmo com os conceitos e impactos já explicados, algumas dúvidas ainda são muito comuns entre profissionais das áreas fiscal, contábil e financeira. Abaixo, reunimos as perguntas mais frequentes sobre o tema

1. Qual é a diferença entre imposto por dentro e por fora?

O imposto por dentro é embutido na base de cálculo, o que eleva a carga efetiva e reduz a transparência. Já o por fora soma o tributo ao valor líquido da operação, deixando o valor destacado na nota fiscal.

2. Qual modelo é mais vantajoso para empresas?

Depende do objetivo. O por dentro pode facilitar precificação quando o preço final precisa ser fixo, mas impacta negativamente a margem e a clareza do cálculo. O por fora é mais transparente e facilita auditorias, mas pode gerar resistência do consumidor ao ver o imposto destacado.

3. Por que o Brasil usa tanto o modelo por dentro?

O modelo se consolidou em tributos como ICMS por questões históricas e políticas de arrecadação. Ele “esconde” parte da carga tributária dentro do preço, o que ajuda o governo a arrecadar mais sem aumentar a percepção do consumidor sobre o imposto pago.

4. Como calcular corretamente cada modelo?

  • Por dentro: Base = Valor da operação ÷ (1 – alíquota).
  • Por fora: Valor do imposto = Valor da operação × alíquota.
  • Ferramentas como a calculadora de ICMS da Bsoft ajudam a simular cenários.

5. A reforma tributária vai eliminar o imposto por dentro?

A tendência é de redução significativa. Com a criação do IBS e da CBS, os tributos devem migrar para uma lógica mais próxima do por fora, destacando o imposto no valor agregado.

6. Quais erros as empresas mais cometem nesse cálculo?

  • Confundir o modelo aplicado em cada tributo (ICMS por dentro, IPI por fora, por exemplo);
  • Não atualizar sistemas ao operar em múltiplos estados;
  • Ignorar a diferença entre alíquota nominal e efetiva no modelo por dentro.

7. O imposto por fora é sempre mais transparente?

Sim, para o consumidor final. Mas, do ponto de vista da gestão, ele pode tornar a percepção de preço mais sensível, já que o cliente vê claramente quanto paga de imposto.

8. Como a tecnologia ajuda a evitar problemas com esses cálculos?

Softwares de gestão fiscal e plataformas como a Dattos integram dados de ERP, simulam cenários de cálculo e reduzem erros em operações complexas. Isso garante compliance, transparência e previsibilidade nos relatórios.

Como se preparar, na prática, para as mudanças do imposto por dentro e imposto por fora no Brasil?

Entender a diferença entre imposto por dentro e imposto por fora é essencial para navegar pelas mudanças do sistema tributário. Mas só isso não basta. Com a EC 132/2023, as empresas precisam revisar processos, atualizar sistemas e garantir conformidade fiscal desde já.

Para ajudar nessa adaptação, criamos um checklist completo e gratuito, pensado especialmente para times fiscais, contábeis e financeiros.

Veja o que você vai encontrar no material:

  • Um plano de ação por área (fiscal, contábil, TI, RH e jurídico) para adaptar sua operação à CBS, IBS e split payment;
  • Cronograma de implementação até 2033, com prazos e marcos-chave definidos pela reforma;
  • Orientações práticas sobre mudanças na precificação, compliance e gestão de tributos, com foco em eficiência e segurança.

Acesse agora o checklist da reforma tributária e prepare sua empresa para o novo ciclo fiscal do Brasil!

Daniel Franco é graduado em Ciências Contábeis pela FMU e possui experiência nas áreas contábeis, fiscais e financeiras. Desde 2016, atuou em escritórios de contabilidade e grandes empresas. Atualmente, é Analista de Negócios na Dattos S.A., focado em diagnósticos, automações, tratamento de dados e suporte aos usuários.

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