Complexidade tributária: simplifique com a automação

24 de maio de 2023
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A complexidade tributária do Brasil torna nosso cenário fiscal um dos mais dinâmicos e desafiadores do mundo. Esse contexto, por sua vez, afeta sobretudo a realidade de médias e grandes organizações, as quais têm investido em automação fiscal como uma prioridade para minimizar os impactos disso.

Não por acaso, uma pesquisa recente apontou que os investimentos em tecnologia para os processos tributários e fiscais das empresas devem crescer 45% no Brasil.

Tendência que avançou dentro do cenário de pandemia, hoje, a automação fiscal, mais do que um diferencial, é uma necessidade para as empresas que querem se manter competitivas.

E a mentalidade de levar a transformação digital também para os departamentos tributários não ocorre apenas no Brasil.

De acordo com dados da Allied Market Research, os investimentos em softwares de automação fiscal alcançaram mais de US $16 bilhões mundialmente em 2020.  

E até o final dessa década, a consultoria prevê um crescimento anual de 13,6% nesses investimentos – assim, estamos falando de um mercado que deve movimentar, em 2030, o equivalente a US$ 56,5 bilhões em todo o mundo. 

Diante desse cenário de transformações e desafios, no presente artigo, nós apresentamos uma série de dados sobre a complexidade tributária brasileira e como a automação fiscal é uma aliada importante das companhias que desejam vencer esses obstáculos.

Confira!

Complexidade tributária no Brasil: entenda o panorama

Para analisarmos o contexto fiscal brasileiro com propriedade e a importância da automação para as companhias, é importante considerarmos três fatores centrais:

  • A dificuldade das empresas no cálculo tributário e gestão de processos fiscais;
  • A velocidade das mudanças que impactam diretamente nas rotinas das organizações;
  • O custo financeiro dos impostos para os contribuintes – naturalmente maior, para empresas de médio e grande porte

Nesse sentido, pensando primeiramente no desafio do acompanhamento, cálculo e pagamento de impostos no Brasil, uma pesquisa do Banco Mundial aponta para um dado alarmante:

Segundo a instituição, as empresas do país gastam aproximadamente mais de 1.500 horas por ano apenas para preparar, calcular e pagar tributos no país. 

O montante de tempo é maior do que o de qualquer outra nação do mundo e torna a gestão tributária um dos maiores dilemas, inclusive, para empresas que desejam investir ou abrir novos negócios em território nacional.

E um dos fatores que explica tamanha complexidade tem relação com o dinamismo e a velocidade das mudanças que ocorrem periodicamente no ambiente fiscal brasileiro.

Segundo o IBPT (Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação), desde a promulgação da Constituição Federal de 1988, mais de 320 mil normas tributárias foram criadas no país.

O dado é impressionante e significa, basicamente, que a cada dia útil, são criadas ou atualizadas 46 obrigações de ordem fiscal.

Para finalizar, há ainda o peso dos tributos que aumenta o chamado Custo-Brasil – burocracia, cenário fiscal e problemas estruturais que dificultam o desenvolvimento econômico nacional.

O relatório “Estatísticas Tributárias na América Latina e Caribe”, divulgado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) em 2021, aponta alguns números nesse sentido:

  • A carga tributária brasileira supera 33% do PIB nacional;
  • O valor é até 5 vezes mais alto do que o de países vizinhos do Brasil;
  • Em toda a América Latina, o Brasil só tem uma carga tributária menor do que a de Cuba.    

Tais dados combinados, além de favorecerem a informalidade no ambiente de negócios brasileiro, reforçam a importância dos investimentos em automação fiscal.

E, em relação à realidade das grandes empresas, essa preocupação é ainda maior, haja vista que estamos falando de organizações nas quais, em muitos casos, contam com unidades em diferentes regiões do país e, como sabemos, há uma série de mudanças fiscais de estado para estado e município para município no Brasil. 

Quais os principais impactos da complexidade tributária nacional para as empresas?

Mas vejamos, com mais detalhes, como o ambiente tributário brasileiro impacta diretamente na realidade das empresas.


Separamos 5 desafios essenciais que apontam para a necessidade de automação fiscal:

1. Perda de tempo e processos morosos

O primeiro obstáculo evidente está relacionado com a perda de um tempo precioso pelas equipes fiscais, afinal de contas, estamos falando de mais de dois meses por ano que são desperdiçados com o processo de cálculo tributário e pagamento de impostos.

Tal esforço, com o suporte da automação fiscal, pode ser direcionado para atividades estratégicas que irão elevar o patamar decisório das lideranças financeiras.

Consequentemente, o departamento fiscal passa a gerar mais valor para as organizações e atuar de modo inteligente, conectado com as demandas de crescimento de uma companhia.

2. Perdas financeiras

O fluxo de caixa é um dos principais processos financeiros e contábeis de uma empresa.

Em linhas gerais, ele serve para determinar o saldo monetário disponível de uma empresa, visando a manutenção de um capital de giro saudável para a continuidade das atividades do negócio no longo prazo.

Para calcular o fluxo de caixa, a empresa deve considerar um determinado período – diário, semanal, mensal, semestral ou anual, por exemplo – e então equacionar:

  • Todos os recebimentos da empresa – pagamentos à vista, dinheiro no caixa, etc.;
  • Todas as saídas do período – compras de estoque, pagamentos de contas, tomadas de crédito, etc.

3. Impostos pagos a mais devido à complexidade tributária

Dentro desse contexto, sem um acompanhamento digitalizado e processos de conciliação fiscal, outro impacto recorrente é o pagamento de impostos a mais ou mesmo o não aproveitamento de créditos tributários. 

Novamente, isso irá se refletir em mais gargalos financeiros que poderiam contribuir para o crescimento da organização no longo prazo. 

4. Autuações do FISCO

Vale salientar ainda que falhas no preenchimento de obrigações acessórias e erros nos cálculos tributários podem gerar autuações do fisco capazes de comprometer o equilíbrio financeiro de uma companhia.

5. Dificuldade de acompanhar as atualizações fiscais do país

Finalmente, diante da velocidade das mudanças fiscais no ambiente tributário brasileiro, acompanhar atualizações tributárias sem o suporte de ferramentas automatizadas é um dos principais desafios das empresas brasileiras.

E a falta de acompanhamento, por sua vez, pode ampliar ainda mais os custos da gestão de impostos, uma vez que as organizações, inclusive, deixam de aproveitar oportunidades para minimizar o peso tributário do país por meio da elisão fiscal.

O papel da automação fiscal para o compliance tributário das empresas

Além da mensuração, cálculo e pagamento de impostos exigidos pelo sistema tributário brasileiro (obrigações principais), os gestores contábeis precisam acompanhar também as obrigações acessórias, que se referem as entregas auxiliares demandadas pelo FISCO para auxiliá-lo no cruzamento de dados e, também, no entendimento sobre a operação financeira de uma companhia.

Hoje em dia, grande parte das obrigações acessórias são enviadas de modo automatizado via SPED e outras plataformas de controle digitalizado do FISCO.

Embora elas dependam muito do enquadramento tributário e do tipo de atividade da empresa, dentre as obrigações acessórias, podemos citar:

  • DIRF – Declaração do Imposto sobre a Renda Retido na Fonte;
  • ECD – Escrituração Contábil Digital;
  • ECF – Escrituração Contábil Fiscal;
  • DEFIS – Declaração de Informações Socioeconômicas e Fiscais.

3 principais benefícios da automação fiscal

Para resumir o potencial da tecnologia e da automação fiscal para as empresas, nós separamos abaixo três benefícios diretos da inovação aplicada na área tributária:

1. Redução de custos

Autuações, impostos pagos a maior ou falhas nos envios de obrigações em virtude da falta de conciliação fiscal…

Todos esses impactos podem ser minimizados diante de uma gestão dos riscos tributários que conecta equipes especializadas com o suporte da inovação. 

Para tanto, o ideal é que os gestores fiscais se atualizem sobre as tendências do mercado, adotando uma mentalidade mais disruptiva e conectada com a realidade do meio empresarial contemporâneo. 

2. Possibilidade de tornar o departamento fiscal mais ágil e estratégico

Finalmente, o processo de reconciliação contábil consiste em uma dupla conciliação, a fim de não deixar de ser analisada nenhuma conta. 

Nesse sentido, por meio da reconciliação, analisam-se pontos que não foram vistos anteriormente, aumentando ainda mais o critério analítico e investigando de todos os números.

Em outras palavras, a reconciliação contábil verifica especificidades de uma determinada conta contábil para identificar pendências e aplicações de ajustes contábeis. Se necessários, eles podem ser:

  • Complementação: utiliza-se quando o lançamento contábil é realizado com o valor errado, podendo ser aplicado um ajuste para aumentar ou reduzir o saldo de uma conta.
  • Estorno: ocorre quando há uma duplicidade de um mesmo lançamento contábil.
  • Transferência: em lançamentos contábeis realizados em contas erradas, utiliza-se a transferência dos valores para as contas contábeis adequadas.

3. Eficiência

Consequentemente, o tempo de trabalho das equipes passa a ser melhor aplicado com foco no sucesso e se torna um verdadeiro ativo para as organizações.

Ao investir em transformação digital, temos um ambiente em que gestores e colaboradores são valorizados pela sua contribuição efetiva nos resultados de uma empresa.

Em paralelo, processos repetitivos e operacionais são automatizados, sem que se abra mão da segurança fiscal necessária para o crescimento de qualquer companhia.

A transformação digital a favor de seu negócio

Mas, para que esse movimento de transformação digital da área fiscal seja efetivo, ele deve contar com o suporte de soluções capazes de fornecer informações confiáveis e de acompanhar continuamente cada mudança tributária do dinâmico ambiente de negócios brasileiro.

Esse é um dos objetivos centrais da Dattos, que é uma plataforma líder na automação e análises de processos das áreas financeiras, fiscais e contábeis.

Esqueça a gestão orientada por planilhas e invista na digitalização de sua operação visando ganhos nos planos do compliance, governança e de uma cultura realmente orientada por dados.

Com a Dattos, as lideranças também podem preparar melhor sua empresa para auditorias e aumentar a transparência do negócio, potencializando, inclusive, a entrada de investimentos. 

Sim, a automação fiscal veio para ficar e, ao investir nessa tendência, sua empresa poderá superar os desafios inerentes da complexidade tributária do país. Não deixe para amanhã esse movimento de transformação cultural e digital.

Quer um bom exemplo disso? Confira abaixo como a Dattos otimizou o setor contábil da COFCO!

Daniel Franco é graduado em Ciências Contábeis pela FMU e possui experiência nas áreas contábeis, fiscais e financeiras. Desde 2016, atuou em escritórios de contabilidade e grandes empresas. Atualmente, é Analista de Negócios na Dattos S.A., focado em diagnósticos, automações, tratamento de dados e suporte aos usuários.

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